terça-feira, 15 de novembro de 2011

The End


      E eu achando que gostava de sofrer, nem imaginava esse teu lado masoquista. Se eu soubesse que seria tão fácil te controlar, teria posto em prática, muito antes, meu plano infalível. Bem que me avisaram que ia ser assim.
      Não te quis, fiz aquela cara de "prefiro evitar a fadiga", pensei que isso nunca fosse acontecer, mas a matemática é simples e aplicada: quando passamos muito tempo tomando o mesmo sabor de sorvete, comendo no mesmo restaurante e batendo na mesma tecla, abusa.
      Você chegou, com aquela desculpa, cheio de malícia, jogando charme... enquanto eu fingia que não notava nada, não sabia das tuas verdadeiras intenções... até que você tenta dar o bote.
  - Não. Para com isso, não pode.
  - Não pode?
  - Eu não quero.

      Pronto. Prático, simples e indolor, pelo menos para mim. Você fez uma cara de assustado, perdeu o ar, parecia que estavam te roubando o brinquedinho preferido. Tentou disfarçar, disse que "tudo bem", eu não quero, você entende. E, de verdade, eu não estava afim, não senti aquela coisa na barriga antes de te ver, não me arrepiei com teu abraço, tudo morno.
      Continuei levando do jeito que queria, cortando teu barato.
      Depois de uma noite de interrupções, pude ouvir um claro "Eu te amo." Muito estranho ouvir isso. Já ouvi de ti outras vezes essa frase, mas sempre foi tão exaltada, ou era em uma briga, ou via sms (que não conta). Foi um "Eu te amo" de verdade. Nem tive coragem de responder, porque, sinceramente, não quero ter que mentir pra ti. Não te amo. Não mais.

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