domingo, 6 de novembro de 2011

Decadência Musical


      Fiquei chocada com uma declaração que ouvi por esses dias; uma prima, de aproximadamente 13 anos, dizendo que dava sua vida pelo Pe Lanza (não sei se é assim que se escreve), o vocalista do tal Restart. O fato de eu ter ficado horrorizada se dar por eu achar o som da banda pobre, por achar que a tendência que eles lançaram com aquelas calças megacoloridas  e apertadas, triste; por achar o cantor bem afeminado, etc.
      Não me passa pela cabeça como ela consegue ser fã de Restart, sonhar com Justin Bieber, gritar pelo Fiuk, enquanto existe Rodrigo Amarante, Diogo Nogueira e John Mayer por aí.
      Não estou me achando superior, nem humilhando ninguém, estou apenas repartindo meu assombro diante de algo que passa longe da minha compreensão. Fico mais espantada ainda quando comparo a geração da galera de 13 anos de agora com a geração da minha galera de 13 anos. Faz pouco tempo que saí dessa fase, mas noto uma diferença gritante. 8 anos atrás não tinha esse fanatismo por nenhum artista, nem existia uma tendência tão forte como essa que o Justin Bieber lançou com seu cabelinho "mamãe-não-saí-do-armário". No máximo alguns gostavam muito da Avril Lavigne, mas ninguém saiu por aí querendo se matar por ela.
      Meu gosto musical foi bem influenciado pelo meu pai, escuto The Beatles, Scorpions e Queen graças a ele. (Valeu, pai!) Com o advento da tecnologia, e os pais se ocupando cada vez menos dos filhos, eles acabam sem referência musical - pelo menos é nisso que eu quero acreditar. Mas não há culpados, pois não há crime.
      As pessoas tendem a passar por muitas fases na vida, todo mundo se envergonha de alguma coisa do passado e, creio eu, daqui a alguns anos, minha prima vai parar pra pensar que ninguém vale mais que a sua própria vida, muito menos um cantorzinho de uma bandinha pop. Falo isso porque ela encheu os olhos de lágrimas e jurou que se  fosse pra decidir entre sua vida e a do Pe Lanza (que nome engraçado, meu Deus) ela escolheria a do Pe Lanza (quem inventou esse apelido, gente?), pois prefere morrer do que não ter mais Restart no mundo. Já fico preocupada com meus filhos que ainda não nasceram, e me sinto velha, pois não conheço metade das bandas que fazem sucesso hoje em dia. Sou uma jovem com gosto musical de idosa.
      Fiz um acordo com essa prima aspirante a suicida, eu mostro a ela algumas das músicas mais legais que conheço e alguns dos homens mais bonitos da música - na minha opinião - e, caso ela goste, terá de repensar sua alternativa de morrer pelo Pe Lanza (vou sorrir sempre que digitar esse nome). Ela concordou, e eu espero que tenha feito um bom trabalho.
      Saudade da época em que "Restart" só servia pra reiniciar o Super Mario Bros.

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