quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Legalmente louca


      Desde que me entendo por gente a frase: "Tu é muito diferente, cara.", me acompanha dia-após-dia, e não há nada que eu faça pra mudar isso, então é acostumar-se a sentar sempre a margem do que é normal.
      Não quero discutir o que é normal pra mim, o que seria normal pra você, isso não cabe num texto onde a loucura e diferença são tratados como característica, não como defeito ou qualidade.
     Sou aquariana, já nasci com um pé na criatividade, e com dois no desapego. Num mundo onde as menininhas se apaixonam, tomam porres quando estão com dor de cotovelo, e depois choram no colo das amigas; eu realmente me torno a "esquisitona". Não sou de me apaixonar fácil, não saio por aí declarando amor aos quatro cantos e muito menos demonstro fraqueza ou ciúme a outra pessoa. Sabe como é... aquariana já é difícil por natureza.
      O problema em ser sempre a diferente é quando você se torna igual ou parecida com os outros. É difícil dizer isso, vai doer mais em mim do que em você, mas é pura verdade. Qualquer hora dessas você se iguala a elas. Vai se pegar pensando em outra pessoa com carinho, numa tarde de quinta feira vai estar escrevendo como sua vida ficou legal depois que conheceu essa pessoa, e (o mais tosco de tudo) vai sair por aí procurando pessoas com o nome igual, com o mesmo perfume e que também curtam a mesma banda.
      Ledo engano... nenhuma pessoa é igual àquela. Que chato! Agora a diferente não é mais tão diferente assim. (A não ser no gosto musical, porque ninguém que você conhece consegue gostar  de Jorge Aragão e AC/DC ao mesmo tempo.)  De acordo com o passar dos dias, semanas, e etc... você vai sentir falta da outra "eu", da menina "pego e não me apego", ou da que não ficava com ninguém porque não queria ter um mané enchendo o saco.
      Tudo agora parece confuso... porquê você se sente capaz de aguentar um mané enchendo seu saco pela vida toda. Sente falta das ligações impregnantes, das perguntas idiotas. "Tá fazendo o quê?" Sério que interessa o que eu estou fazendo? Onde estou? Não... já sou adulta, nem pros meus pais eu dou satisfação. Mas e aí? Porque raios eu quero tanto ver a pessoa que pega no pé? O zodíaco explica: "Quando ama de verdade, aquarianos tendem a se entregar." Amar de verdade? Logo Eu? Não... tá errado! Meu coração é blindado, flechada de cupido bate e volta, nunca entra.
      Cara, eu simplesmente entrego os pontos, e assumo; eu não me entendo mais. Sou mais louca do que imaginava? É isso? (Minha mente responde - com um tom de sarcasmo e ironia.) "Sim, minha cara, você é a mais incompreensível das criaturas."
      Por um minuto eu acho que estou enturmada, "Nossa, também sou uma delas. Uma das menininhas bobonas e choronas." No outro segundo já penso, "Será que tem algum curso no SEBRAE ensinando como sofrer dignamente por amor?"
      Talvez tenha, e os aquarianos entram por cotas pra deficiente. Deficiente do coração.
      Eu li em algum lugar um texto tão maluco quanto eu. Mais ou menos assim:


"O melhor foco é o que me desfoca inteira. 
                                 Tudo que me tira do prumo me coloca no eixo.
  Só me encontro quando me perco, se me mando não me obedeço e desordem é a palavra de ordem da minha vida.
Não adianta, só vira minha cabeça mesmo, quem vira minha vida de cabeça pra baixo.
 Pra ficar do meu lado tem que me virar do avesso.
Se tem uma coisa certa que eu sei fazer é coisa errada.
Tudo dá certo quando eu erro com vontade.
Porque o melhor tombo do mundo é cair em tentação."

(Fernanda Estellita)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

In-tesamente Lituânia


       Cerca de 10.798 km separam o Brasil do país Lituânia . Eu ousaria dizer que a minha Lituânia passa disso, a distância dos seus pensamentos e da sua evolução enquanto pessoa, vão a ano-luz de qualquer outro ser que por aqui habitar. O país Lituânia se envolveu em algumas disputas territoriais. Já a minha Lituânia é da paz, as suas confusões ocorrem internamente, um sentimento só não basta, ela precisa de um turbilhão! 
      A minha Lituânia é um vulcão de emoções, eternamente em erupção, em suas lavas, aquele amor capaz de derreter até o mais rígido dos homens. A Lituânia país não tem vulcão, mas tem petróleo, sinal de que as coisas por lá tendem a melhorar. Com a minha Lituânia não sei se isso pode acontecer, pois não imagino como ela pode se aperfeiçoar. 
      Apesar do seu tamanho reduzido, o país Lituânia se fez grande na Europa quando foi a primeira república soviética a proclamar sua independência, e nisso ele se iguala a minha Lituânia, pois essa nasceu independente, revoltada, cheia de força pra enfrentar qualquer luta e disputa que vier pela frente.
      Deixemos o paradoxo de lado. Nenhuma definição, seja ela; econômica, geográfica ou histórica; seria capaz de conseguir expor a pessoa que a minha Lituânia é. E falo "minha", com posse dessa amiga maravilhosa que os encontros e desencontros da vida me proporcionaram. Personalidade marcante, caráter forte e uma intensidade que lhe é peculiar. Acho que encontrei a palavra certa: "intensidade".


"- Na minha família, eles já desistiram de mim e me classificaram como diferente demais. Criei a reputação de ser uma pessoa que, se alguém diz a ela para fazer alguma coisa, quase certamente fará o contrário. Também sou muito esquentada. (...) As pessoas me consideram uma pessoa difícil."

(Comer, rezar, amar - Elizabeth Gilbert)

      Sim, meu bem, você é uma pessoa esquentada e um tanto quanto difícil. Mas gente fácil e comum são chatas e cansativas. Esse é o seu charme. Sou lituana com orgulho. Nasci e me criei aqui, no seu jeitinho especial. Intensamente Lituânia.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Thanks for the memories



      Sempre me preocupei bastante com meus amigos e, vez ou outra, me pego pensando: "O que será que fulaninho está fazendo?". É um sentimento que chega a ser maternal, um querer bem incalculável. Tenho cuidado com você, assim como um joalheiro tem com a mais preciosa e delicada jóia. Mas vou evitar comparações, pois nada pode ser comparado ao valor que você tem. Te dediquei aquela frase meio clichê: "Na minha memória - já tão congestionada - e no meu coração - tão cheio de marcas e poços - você ocupa um dos lugares mais bonitos." 
      Avalio nossa relação como se fosse uma surpresa que a vida pregou em mim, surpresa boa, of course. Logo você que conheço desde a infância, jogando videogame, jogando futebol. Logo você que é meu parente, mas andou um pouco distante de mim. Logo você que tem pensamentos e comportamentos tão diferentes dos meus, e mesmo assim não consigo citar alguém que se pareça tanto comigo.
      Me falam que não acreditam na nossa amizade, que temos cicatrizes de outras experiências, que não vamos conseguir levar a vida depois de tudo isso, aquilo, etc. Não quero responder essas pessoas, pois,  como bem sabes, já cansei de tanto bate boca, quero minha paz. Minha paz mora contigo, meu amigo, e ninguém sabe melhor sobre nós, do que nós. Sou, e quero ser, acima de qualquer coisa, sua amiga. Quero que você não tenha receio de falar o que sente para mim, o que fez, como foi seu dia. E, se precisar sentir-se especial e amado, me ligue.
      Comente o quanto meus pés estão gelados, fale da minha mania tola de arrancar rótulos, ou como meu cabelo está bonito. Se irrite comigo quando eu baixar o volume do som do seu carro (tem que ser número par), ou discuta sobre música e filmes (eu ainda sou champagne, e você a vontade que dá de repente de tomar fanta uva).
      Tudo isso revela a nossa ligação, a intimidade que nos é sagrada. Mas acredite, por mais que você me conheça, eu sempre vou te surpreender. Acho que essa é minha maior característica, não sei ficar quieta. E se depender de você, ou de mim, isso não vai mudar, não é mesmo? Até porque, por mais que queiramos sossego, tem de ser repleto de detalhes de felicidade, aquelas coisinhas que acontecem, e que nos marcam para sempre, os nossos pequenos/grandes momentos.
      Estava prestes a citar Caio Fernando outra vez, quando ele diz: "Queria tanto que alguém me amasse por alguma coisa que eu escrevi.", mas lembrei que emprestar as palavras dos outros nem sempre tem o mesmo efeito do que escrever. Principalmente em se tratando de querer que nos amem por isso. Já te falei isso uma vez, e vou falar de novo: "Você é minha turma, mané." 
      Ah... vê se não sai do meu lado. Eu não sei me cuidar sozinha, e não quero imaginar como seria minha vida sem você. (Ok, fui brega.) Não se ache, mas esse foi o jeito que achei pra te dizer que te amo mesmo, isso não é coisa da minha cabeça. Você é foda!



P.S: para você, Victor Andrade

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

C'est moi


        E mais uma vez ouvi a tal frase: "Não te conheci assim." 
      Ouço, respondo mentalmente com alguns palavrões, mas depois acalmo, respiro fundo e digo: "Isso foi um elogio, né?" Fico feliz, pois ultimamente vejo que sim, isso é um elogio. Passam-se alguns minutos, horas até... e me pego pensativa, tentado formular na minha mente que tipo de ser tão não-passional eu era, ou que muros foram esses, tão fortes e altos, que eu construí, me separando assim do mundo, das emoções.
      Me acostumei com a ideia de ser aquela pessoa que se joga do precipício, de olhos fechados, pra não ver a queda, mas aproveitando a ótima sensação de ser livre.
      Hoje me vejo uma pessoa que fala, chora e escreve como uma daquelas mocinhas de filme água com açúcar. Deixo transparecer minha vulnerabilidade, coisa que muitos acreditavam que não existia. Não me sinto livre, nem quero! Pode soar estranho, mas assumo precisar das pessoas. Quero abraço, atenção, sorrisos e até choros. Quero tudo doce e delicado.
     Então é isso, me rendo aos encantos de ser dependente, e espero os frutos que a (con)vivência possa me trazer. Você não me conheceu assim? Ok. Nem eu. Apenas aprenda a lidar com esse novo ser que lhe foi apresentado. Um ser que habita o mesmo mundo que o seu, que é capaz de se doar, de andar de mãos dadas. Tudo tão imprevisível, para mim e para você. Mas o imprevisível é a felicidade que não foi convidada, não é mesmo?

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Cabeça doida, coração na mão

Lisbela e O Prisioneiro

— O amor me chamou pra um outro lado e eu fui atrás dele. Eu pensei que se eu não fosse, a minha vida inteira ia ser assim. Vida de tristeza, vida de quem quis de corpo e alma e mesmo assim não fez. Daí eu fui! Eu fui e vou, toda vez que o amor me chamar, vocês entendem? Como um cachorrinho, mas coroada como uma rainha.

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