quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Final feliz



     Uma sexta feira qualquer, um dia desses em que saio com minhas amigas, com intuito de dar boas risadas, ouvir boa música e jogar conversa fora. Exatamente nessa sexta feira, naquele mesmo barzinho de sempre, a mesma banda tocando as "minhas" músicas. Tudo igual, como deveria ser.
     Seria só mais uma sexta, igual às outras, se eu não tivesse visto aquele menino branquelo, tão comum, que poderia ter passado despercebido. Pois é... poderia... mas não passou.
     Eu notei como ele tinha um sorriso bonito, e parecia tímido, porque sempre que sorria ficava um pouquinho rosado. Notei que o senso de humor dele era parecido com o meu. Dois irônicos.
     Tão parecidos no jeito, nos gostos. Tão parecidos, que rolou fácil. Nunca havia sido assim. Não comigo.
     Mas com ele eu senti que poderia rolar sim, a sintonia era enorme. Bati o olho, e me identifiquei! Não sei se ele acreditou nas coisas que eu disse, quando garanti que com ele foi diferente. Não estou falando de amor, claro. É a tal da incompreensível atração humana, essas coisas que Freud tenta explicar e que não cabe a mim entender, só acatar a decisão do universo, e, naquela noite, o universo decidiu nos unir.
     Fico maquinando na minha cabeça o que o senhor universo quis com isso de nos juntar por uma noite. Percebo que posso conceber o fato de duas pessoas se darem tão bem ao ponto de não passar disso, pra não estragar o que foi tão bonito. Foi bonito pra mim, foi bonito pra você. Aconteceu. Fluiu.
     Vai ver, há pessoas no mundo que foram feitas para passar por nossas vidas, e mesmo que permaneçam pouco tempo, deixam suas marcas para sempre. Você é uma dessas pessoas marcantes, a minha queridinha cicatriz.
     Aquela sexta feira tão igual, aquele lugar tão conhecido, aquele menino branquelo tão comum... tudo único e essencial, formando um ciclo de coisas marcantes e especiais. Protagonizamos momentos inesquecíveis, foi intenso, não duvide. Você, na sua enorme leveza de alma, me plantou uma flor no coração. Não podia ser diferente, afinal, somos gêmeos, nos guardamos um no outro, e sabemos onde podemos nos machucar. Escolhemos a alternativa de vivermos felizes com a distância, e decidimos que nunca nos esqueceremos.
     Você não notou isso? É verdade! Acontece involuntariamente. É uma espécie de novela... nossa história ainda tem muito pano pra manga, o capítulo de hoje pode ser uma comédia, suspense, ou terror. Mas drama não! Drama não combina com a gente. Somos feito plumas, entramos e saímos da vida alheia com a maior serenidade possível. O nosso encontro, nossas conversas sem nexo, nossos posicionamentos infantis, qualquer detalhe de rotina, nos traz paz. Essa novela já tem o "felizes para sempre" escrito em letras garrafais.
     A gente deu muito certo, cara.

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