quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mais eu


      Feito um baralho na mão do jogador, me abri inteira, mostrei ao mundo minha dor e minha felicidade. As pessoas acham que amar é isso, esse desmanche de sentimentos. Tipo receita de tia velha do interior; pega um pouquinho de cada coisa, corta, mistura e joga água, quando ferver, está pronto. Taí o amor que você merece. Esse que joguei na panela e deixei em banho maria.
      Amor é vulgar. O mais vulgar dos sentimentos. Não faz sentido depender de alguém que não seja você, algo alheio não deveria interessar. É tão last summer, brega. Suspirar, pensar, falar de outrem. Amar é cafona.
      Vou lá realizar meus sonhos, vou me dar o direito de ser o que quero, ser meio bossa nova, meio rock and roll, definir a minha hora certa. Eu vou sozinha e volto quando bem entender. Pois amor de nada vale sem mim.

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